Desde sempre na sombra do irmão, Raul Castro não tem nem o carisma nem o talento de Fidel para a comunicação pública. Mas não deixa por isso de ter uma forte influência no aparelho de Estado cubano.
Dirige as forças armadas, enquanto ministro da Defesa, e é vice-presidente do Conselho de Estado. Esta passagem de poderes, anunciada como provisória, não surpreende. Aliás, de acordo com a constituição compete-lhe tomar as rédeas do poder no caso de incapacidade de Fidel.
Muitos observadores consideram que a este homem falta a habilidade política, o vigor e a ambição do seu irmão e vêm-no como o interlocutor da abertura política em Cuba ou, pelo menos, o líder da transição para um novo modelo político inspirador das novas gerações.
Nos últimos anos têm surgido novos novos protagonistas no pequeno «inner circle» de Fidel.
É o caso de Felipe Pérez Roque, actual ministro dos Negócios Estrangeiros e que teve uma ascensão fulgurante em 1999 quando se envolveu na campanha do regresso a Cuba do jovem Elián.
Roque foi durante sete anos secretário de Fidel e de seguida foi nomeado ministro. Pertence ao chamado grupo dos «taliban», uma nova geração com uma profunda afirmação ideológica.