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Terça-feira, 1 de Agosto de 2006

Renovada a presença internacional

Desde os anos noventa, apesar das dificuldades internas e da inimizade dos EUA, Fidel Castro fortaleceu a sua presença a nível internacional. Para uns é uma figura heróica, para outros, é um autocrata e um ditador.

Com o desaparecimento do bloco soviético, Castro apostou numa solidariedade latino-americana. Por outro lado, o envolvimento em organizações internacionais, fez associar a voz de Fidel á luta contra a globalização e o neoliberalismo.

Para além disto, Fidel melhorou as relações com os países vizinhos e foi uma figura central em muitas cimeiras internacionais.

Em todos estes encontros internacionais Fidel aproveitou a oportunidade para denunciar as medidas que impedem o crescimento dos países mais pobres, ao mesmo tempo que, muitos lhe pediam para respeitar os direitos do Homem no seu próprio país.

Por outro lado, Castro terá sido o estadista que mais resistiu às tentativas de liquidação, nas últimas décadas (em 1999, a segurança do Estado cubano relatou 637 atentados frustrados).

Testemunha essencial da história mundial da segunda metade do século XX, o velho «comandante» era em 2000 o quarto chefe de estado mais antigo em todo o mundo - só era superado pelo rei Bhumibol Adulyadej da Tailândia, o príncipe Rainier III do Mónaco e a rainha Isabel II de Inglaterra.

Por outro lado, ao virar do século, Fidel era o único sobrevivente ainda no activo da geração de estadistas da Guerra Fria.

A sua intensa actividade diplomática no continente americano permitiu que se colocasse num lugar cimeiro, num mundo que já não se move num esquema de luta entre blocos. Esta singular trajectória na cena internacional, converteu Fidel no estadista com mais tempo no poder, mais controverso e mais complexo no nosso tempo.

Ao contrário de outros ditadores, com Fidel a opinião pública internacional não tem sido unânime no «elogio fúnebre». Os que traçam Fidel como um cínico que apenas tentou consolidar a sua perpetuação no poder sem nunca se submeter ao veredicto das urnas, têm em contraponto aqueles que traçam o perfil de um revolucionário sincero e comprometido, susceptível de errar, mas sempre fiel às suas convicções.

Os seus discursos (é um excelente orador que até está no livro do Guinnes como a pessoa que teve a intervenção mais longa na Assembleia Geral da ONU, em 26 de Setembro de 1960, de 4 horas e 29 minutos) tocaram todos os assuntos fundamentais das últimas cinco décadas: revolução e justiça social; Guerra Fria, descolonização, luta Este-Oeste, diálogo Norte-Sul, dívida do terceiro Mundo, ordem económica internacional, guerra e paz na América Central e globalização.

Estas intervenções permitiram ao dirigente veterano uma actualização das suas investidas, uma mistura de retórica anti-imperialista e de solidariedade sentimental com os desfavorecidos, contra a prepotência de um Ocidente rico e liderado pelos EUA que são o ponto de partida de um poder financeiro e cultural invasor e uniformizador.
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publicado por Equipa SAPO às 16:56
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