Terça-feira, 1 de Agosto de 2006
A política externa de Cuba nos anos sessenta teve como prioridade «alargar a revolução» ao Continente. De Cuba partiram guerrilheiros para fomentar a agitação subversiva e foram dados apoios às guerrilhas dos países andinos do norte.
No entanto, a estratégia de criar muitos «Vietnames» ou «focos de guerrilha» - concebida por Che e também executada com a sua partida para Bolívia em 1967 - chocou com a preferência soviética de actuar através dos partidos comunistas estabelecidos.
O distanciamento em relação à URSS já tinha sido dado em 1962, na crise dos mísseis, quando Fidel, irritado, acusou Moscovo de se ter rendido ao capitalismo porque firmou um acordo com os EUA devido a contrapartidas materiais. Um outro sinal de desconfiança decorreu em 1966, quando Fidel reuniu em Havana movimentos libertação de 70 países de vários continentes. Para a URSS esta iniciativa podia afectar as relações internacionais, designadamente com Washington.
As tentativas de ingerência e o apoio a guerrilheiros provocou reacções negativas também na América latina. Sob pressão dos EUA, em 1962 a OEA expulsou Cuba da organização e mais tarde suspendeu as relações diplomáticas e comerciais.