Rádio Reloj em directo

.arquivos

. Agosto 2006

.links

Terça-feira, 1 de Agosto de 2006

Fidel Castro de rebelde a líder

Fidel Alejandro Castro Ruz nasceu a 13 de Agosto de 1926 em Birán, Mayarí, antiga província do Oriente (hoje província de Holguín). Filho ilegítimo de Ángel Castro y Argiz, um emigrante da Galiza que teve sucesso como proprietário de exploração de açúcar em Cuba. Ángel acabou por ter uma relação extra-conjugal com a mãe de Fidel, Lina Ruz Gonzáles, empregada doméstica na casa do latifundiário.

Fidel frequentou um colégio privado de jesuítas em Santiago e mais tarde a «Escuela Preparatoria Belén» de Havana, regida também por jesuítas. Em 1945 matriculou-se na Universidade de Direito de Havana, na altura, fortemente politizada. Fidel começou aí a participar em acções de agitação, inserido no movimento «Unión Insurreccional Revolucionaria».

Em 1948 estava em Bogotá, na IX Conferência Interamericana, à frente de uma delegação de estudantes universitários, quando começaram os confrontos violentos que levaram ao assassinato do líder liberal colombiano Jorge Eliezer Gaitán.

Este episódio é narrado nas memórias de Gabriel Garcia Marquez em que é abordada a suspeita que foi lançada sobre Fidel Castro de conivência com o Partido Comunista Colombiano e que o obrigou a sair rapidamente da Colômbia.

Nesta fase, Fidel participa e lidera alguns movimentos que se insurgem contra o «neo-colonialismo» dos EUA e começa a exercer a profissão de advogado. Torna-se membro do «Partido del Pueblo Cubano» (PPC), de cariz social-democrata e chega a pertencer às listas para as eleições de Junho de 1952. No entanto, o golpe de estado desencadeado por Fulgencio Batista em 10 de Março impede a realização do acto eleitoral.

No entender de Fidel Castro o partido onde militava teve uma reacção ténue face ao golpe de estado e é a partir daqui que começa a assumir uma posição mais extremada. Rompe com o PPC, funda o grupo «Acção radical» e defende a deposição de Fulgencio através das armas.

Começa a fase do «guerrilheiro». Fidel planeia a ocupação de centros estratégicos, aposta no levantamento popular de algumas províncias e pega em armas. Um dos ataques mais conhecidos é ao quartel de Moncada, em 26 de Julho de 1953. Foi um fracasso. Dos 135 guerrilheiros, foram mortos 60. Fidel conseguiu fugir mas foi preso uma semana depois.

Foi um arcebispo que o salvou da pena de morte. Fidel foi condenado a 15 anos de prisão e o seu irmão, Raúl, a 13 anos. No processo foi o próprio Fidel que fez a sua defesa, com uma intervenção que ficou célebre, sobre o tema «A história me absolverá». Esta intervenção servirá de base para o programa político do Movimento 26 de Julho (MR-26-7) que foi fundado formalmente em 19 de Março de 1955.

A pena de prisão foi cumprida na ilha «los Pinos», hoje «ilha da Juventude». No entanto, dois anos depois, em 15 de Maio de 1955, graças a uma amnistia, Fidel saiu da prisão e exilou-se no México.

Aqui conseguiu reagrupar os guerrilheiros, formalizou o movimento MR-26-7 e recolheu fundos, muitos deles provenientes da comunidade cubana exilada nos EUA. É também no México que Che Guevara se junta a Fidel Castro.

publicado por Equipa SAPO às 17:11
link do post | comentar | favorito
373 comentários:
De VERDADES a 11 de Agosto de 2006 às 22:38
A guerra da América pela dominação global
por Michel Chossudovsky


Este texto serviu de apoio às conferências do Prof. Michel Chossudovsky na Sociedade para a Defesa dos Direitos Civis e Dignidade Humana (GBM), em Berlim, dias 10-11 de Dezembro de 2003, e na Humboldt Universidade de Berlim, em 12 de Dezembro de 2003.

Em 10 de Dezembro, Dia dos Direitos Humanos, o Prof. Chossudovsky recebeu da GBM o Prémio 2003 de Direitos Humanos [pormenores, em alemão] . Para fotos do evento promovido pela GBM, clique aqui .
O texto em alemão foi publicado pela Junge Welt: Vortrag von Michel Chossudovsky Neuordnung der Welt Der Krieg der USA um globale Hegemonie (Teil 1)




Estamos no momento crítico da mais séria crise da história moderna.

A administração Bush embarcou numa aventura militar que ameaça o futuro da humanidade.

As guerras no Afeganistão e no Iraque fazem parte de uma agenda militar mais vasta, a qual foi lançada no fim da Guerra Fria. A agenda de guerra agora em andamento é uma continuação da Guerra do Golfo de 1991 e das guerras conduzidas pela NATO contra a Jugoslávia (1991-2001).

O período pós Guerra Fria também foi marcado por numerosas operações encobertas americanas dentro da antiga União Soviética, as quais foram instrumentais para desencadear guerras civis em várias das antigas repúblicas, incluindo a Chechenia (dentro da Federação Russa), a Geórgia e o Azerbaijão. Neste último, estas operações encobertas foram lançadas com o objectivo de assegurar o controle estratégico sobre os corredores de pipelines do petróleo e do gás.

As operações militares e de inteligência na era pós Guerra Fria foram conduzidas em estreita coordenação com as "reformas de mercado livre" impostas sob a orientação do FMI na Europa Oriental, na antiga União Soviética e nos Balcãs, as quais resultaram na desestabilização de economias nacionais e no empobrecimento de milhões de pessoas.

Os programas de privatização patrocinados pelo Banco Mundial nestes países permitiram ao capital ocidental adquirir a propriedade e ganhar o controle de uma enorme fatia da economia dos antigos países do bloco oriental. Este processo também está na base das fusões estratégicas e/ou takeovers da indústria do petróleo e do gás na antigas União Soviética por parte de poderosos conglomerados ocidentais, através da manipulação financeira e de práticas políticas corruptas.

Por outras palavras: o que está em jogo na guerra conduzida pelos EUA é a recolonização de uma vasta região que se estende desde os Balcãs até a Ásia Central.

O posicionamento estratégico da máquina de guerra dos EUA tem em vista ampliar a sua esfera de influência económica. Os EUA estabeleceram uma presença militar permanente não só no Iraque e no Afeganistão, pois têm bases militares em várias das antigas repúblicas soviéticas junto à fronteira ocidental da China. Por sua vez, desde 1999, tem havido uma preparação militar no Mar do Sul da China.

A guerra e a globalização andam de mãos dados. A militarização apoia a conquista de novas fronteiras económicas e a imposição por todo o mundo do sistema de "mercado livre".

A PRÓXIMA FASE DA GUERRA

A administração Bush já identificou a Síria como o palco para o passo seguinte no "mapa da estrada para a guerra". O bombardeamento de presumidas 'bases terroristas' na Síria pela Força Aérea Israelense em Outubro destinou-se a proporcionar uma justificação para subsequentes intervenções militares antecipativas (preemptives) . Ariel Sharon lançou os ataques com a aprovação de Donald Rumsfeld. (Ver Gordon Thomas, Global Outlook, No. 6, Winter 2004)

Esta extensão planeada da guerra à Síria tem sérias implicações. Significa que Israel tornou-se uma actor militar principal na guerra conduzida pelos EUA, bem como um membro 'oficial' da coligação anglo-americana.

O Pentágono encara o 'controle territorial' sobre a Síria, cuja superfície constitui uma ponte entre Israel e o Iraque ocupado, como 'estratégico' de um ponto de vista militar e económico. Também constitui um meio de controlar a fronteira iraquiana e de conter o fluxo de combatentes voluntários, os quais estão a viajar para Bagdad para se juntarem ao movimento de resistência iraquiano.
De continuação a 11 de Agosto de 2006 às 22:38
Esta ampliação do teatro de guerra está em consonância com o plano de Ariel Sharon de construir um 'Grande Israel' "sobre as ruínas do nacionalismo palestiniano". Enquanto Israel procura estender o seu domínio territorial em direcção ao Rio Eufrates, com áreas designadas de colonização judia na área central síria, os palestinianos são aprisionados em Gaza e no West Bak por trás de um 'Muro do apartheid'.

Enquanto isso, o Congresso americano endureceu as sanções económicas sobre a Líbia e o Irão. Igualmente, Washington está a dar indicações sobre a necessidade de uma 'mudança de regime' na Arábia Saudita. E a acumular pressões políticas à Turquia.

Assim, a guerra poderia na verdade transbordar para uma região muito mais vasta que se estende desde o Mediterrâneo Oriental até ao subcontinente indiano e à fronteira ocidental da China.

Comentar post

Últimas notícias sobre Cuba
Últimas referências em blogs sobre Cuba
pesquisa por "cuba" no Tags Sapo

.tags

. açucar

. áfrica

. américa

. angola

. balseros

. cardona

. carter

. carvalhas

. castro

. che

. cienfuegos

. comandante

. congresso

. cuba

. diplomacia

. economia

. etiopia

. eua

. fidel

. gaitán

. granma

. guerrilheiro

. havana

. hubert

. iberoamericana

. líder

. marquez

. matos

. moscovo

. oea

. onu

. opep

. oposição

. oswaldo paya

. pcc

. portugal

. ppc

. prec

. projecto varela

. raul

. reagen

. rebelde

. roque

. rosa coutinho

. santiago

. saramago

. sucessão

. urss

. vasco gonçalves

. todas as tags

.participar

. participe neste blog

.subscrever feeds